Sonhos de pobre ou sonhos de rico?

Depois de dar a geral básica nas gavetas para iniciar o ano com um pouco mais de espaço, fiquei entendiada, o que fazer nesse dia chuvoso? Belo Horizonte está debaixo de chuva a dias, faz tempo que não vejo a cara do Sol, um dos motivos de ficar deitada na cama vendo milhões e milhões de filmes. Mas hoje, já tinha assistido um filme após o almoço, arrumado as gavetas da escrivaninha, separado a mala para a viagem, e o que sempre me salva nesse dias chuvosos e sem nada para fazer, folhear os livros de culinária e achar algo simples, que não me faça sair de casa para cozinhar, que não deixe uma bagunça enorme na cozinha, mas que me encha de alegria na primeira mordida. E o que foi que arranjei para fazer? Sonhos de podre! Sim, sonhos de pobre como a Dona Benta gosta de chamar, para quem já comeu sonhos, são sonhos comuns sem recheio. Mas se isso são sonhos de pobre quem precisa de sonhos de rico? Definitivamente, eu não!

O que tem me incomodado um pouco no livro da Dona Benta, e me perdoem por dizer isso, é que a Dona Benta parece achar que todas nos somos como ela, cozinheiras eximias que tem anos de experiências. E não, esse não é meu caso. Hoje quando lia a receita antes de prepara-la tive que recorrer a ajuda da Dona Benta da minha família, a Vovó Lucilla. Ela sim me explicou melhor o que a Dona Benta queria dizer com "leite suficiente para amolecer a massa".

Depois da ajuda da vovó, o resultado foi a família reunida na cozinha comendo sonhos e tomando suco de frutas vermelhas, e eu para variar recebi um elogio que adoro, meu irmão ainda um pouco receoso de provar o sonho, deu a primeira mordida, arregalou os olhos azuis, e começou a dançar na cozinha, quer elogio melhor do que esse!?

Sonhos de pobre (Dona Benta)

3 ovos separados

2 col de sopa de açúcar

2 xiz de farinha de trigo

pitada de sal

1 col de sobremesa de fermento em pó

Leite suficiente para amolecer a massa (ou mais precisamente, cerca de 100ml de leite)

canela em pó

açúcar para polvilhar

• Bata as claras em neve, adicione as gemas, o açúcar, o sal, e aos poucos a farinha. Bata tudo até conseguir uma massa bem grudenta
• Adicione o leite até a massa ficar macia
• Por fim, adicione o fermento e leve para fritar em óleo, não muito quente, se não a massa frita por fora e fica crua por dentro.
• Polvilhe canela e açúcar